Relatório de conflitos e violência no campo apresentado pela CPT em audiência pública

Relatório de conflitos e violência no campo apresentado pela CPT em audiência pública Fotos: Fernando Cardoso Notícia do dia 10/05/2019

A Comissão da Pastoral da Terra (CPT) em Rondônia lançou o Caderno de Conflitos no Campo Brasil 2018, expondo o conflito agrário que está se tornando um problema e palco de confrontos violentos na disputa de área de terra, onde assassinatos sem solução continuam sem respostas, se tornando algo comum no campo.

 

A audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Rondônia contou com a presença de representantes de CPTs de Roraima, Porto Velho, Acre, Defensoria Pública, Conselho Indigenista Missionário (Cimi) de Rondônia, Superintendência Regional do INCRA, Movimento dos Atingidos por Barragens, Universidades Estadual e Federal do Acre e Rondônia, professores, entre outros.

 

O assentado Sérgio Muniz, morador da comunidade Bom Socorro do Zé Açu e membro da CPT/PIN representou o município parintinense expondo os conflitos agrários e a violência no campo, principalmente no Projeto de Assentamento Vila Amazônia.

 

No relatório, a Amazônia Legal detentora de cerca de 61% do território brasileiro agrega nove estados: Amazonas, Acre, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão. 

 

Cerca de 49% dos 1.489 conflitos no campo no Brasil registrados pela CPT em 2018 ocorreram na Região Amazônica. Segundo a CPT, dos 28 assassinatos que ocorreram no campo no País em 2018, 24 foram na Amazônia Legal, 16 deles no Estado do Pará, 6 em Rondônia e 2 no Mato Grosso.

 

A CPT também expõe que das 28 tentativas de assassinatos que ocorreram no Brasil em 2018, 17 foram registrados nos estados da Amazônia Legal, sendo 10 no Pará, 3 em Rondônia, 1 no Maranhão, 1 no Mato Grosso, 1 no Tocantins e 1 no Amazonas. Das 960.630 pessoas envolvidas em conflitos, 62% (599.084) estão assentadas na Amazônia Legal.

 

De acordo com a Pastoral da Terra, nos quatro primeiros meses de 2019, a violência no campo já fez 10 vítimas, dois dos casos no município de Baião (PA) onde ocorreram seis mortes. 

 

O Amazonas registrou dois assassinatos, um no Mato Grosso e outro na Bahia, mostrando que a Amazônia Legal ainda configura na dianteira dos conflitos agrários.

 

Sérgio Muniz apresentou um relatório sobre a segurança nas comunidades do Assentamento de Vila Amazônia, segundo ele, os casos de furtos dominam o levantamento.

 

Muniz garantiu que aproveitou a audiência pública da CPT para expor as dificuldades que o produtor encontra no setor primário.

 

A 34ª edição do relatório da Pastoral da Terra reúne dados sobre os conflitos e violências sofridas pelos trabalhadores do campo no Brasil em 2018, onde estão inclusos povos tradicionais, quilombolas e indígenas.

 

Fernando Cardoso | Repórter Parintins

 

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