Seduc suspende aulas do CETI Parintins devido rachaduras em paredes

Coordenadora da Seduc explicou que ainda não se pode apontar quais as possíveis causas que causam rachaduras no prédio.

Seduc suspende aulas do CETI Parintins devido rachaduras em paredes Foto: Fernando Cardoso/Marcondes Maciel Notícia do dia 21/02/2019
 

As aulas para cerca de 850 alunos do Centro Educacional de Tempo Integral (CETI) estão suspensas até que engenheiros e técnicos da Secretaria de Estadual da Educação e Qualidade do Ensino do Amazonas (Seduc) façam inspeção no prédio do educandário que vem apresentando rachaduras e expondo risco de desabamento.

 

A decisão saiu no encontro realizado na tarde desta quinta-feira (21) no auditório do Colégio Batista de Parintins, que contou com a presença da Coordenadora Regional da Seduc, Odinéa Garcia Farias, direção e professores do CETI e pais de alunos.

 

“A gente não pode deixar que mais de mil vidas que estão dentro dessa instituição permaneçam nesse local. Por conta disso nós tomamos a decisão junto com a secretária de educação do interior, Ana Maria Araújo, de suspendermos as aulas até que seja de fato e de direito feita a inspeção pelos engenheiros da Seduc e dá esse laudo pra dizer o que está acontecendo no prédio do CETI”, declarou Odinéa.

 

A coordenadora da Seduc explicou que ainda não se pode apontar quais as possíveis causas que estão causando rachaduras no prédio. 

 

“Pode ser o bate estaca da construção que está acontecendo ao lado, não sabemos. Pode ser as fortes chuvas, também não sabemos. Depois de termos em mãos o laudo dos engenheiros é que nós vamos viabilizar com certeza um lugar onde colocar os nossos alunos pra que eles não tenham as perdas de aulas. A gente está fazendo de tudo para resguardar a integridade física dos nossos alunos e funcionários que estão dentro daquela instituição”, informou.

 

Odinéa expôs aos pais de alunos que existe um plano B que consiste em aplicar as aulas para as 24 turmas de estudantes em dois turnos, em dois locais ainda a serem escolhidos pela direção do CETI, professores, alunos e pais.

 

As aulas do ensino fundamental seriam aplicadas no horário da manhã, enquanto o ensino médio no horário da tarde. “Estamos pesquisando esses espaços. Em Parintins é muito difícil esse espaço com 20 salas de aulas para alocar esses alunos. 

 

Durante o encontro vários questionamentos foram levantados pelos pais de estudantes e pelos próprios alunos. Um deles é que mesmo o laudo dos engenheiros da Seduc apontando condições de funcionamento do educandário, os estudantes não iriam para sala de aula enquanto o prédio não passar por reforma geral.

 

Odinéa salientou que é um direito dos pais fazerem a reivindicação. “Eles têm o direito de reivindicar, mas os estudantes só vão retornar para o CETI se de fato tiver condições, se não tiver, nós não somos irresponsáveis de devolver esses alunos pra lá, porque se fosse meu filho, com certeza eu não deixaria ficar no espaço”, declarou.     

 

A mãe de aluno, Izabel Fonseca, disse que na última sexta-feira (15) esteve junto com algumas mães no CETI, ocasião que a gestora Cristiana Oliveira, mostrou as rachaduras do lado externo do prédio do educandário.

 

“Confesso que a partir daquele momento eu fiquei nervosa por ver a escola toda rachada. Nós não podemos deixar em hipótese nenhuma deixar correr o risco dentro daquela escola. Eu vou me manter de pé firme para que aconteça uma reforma geral já”, exclamou.

 

Outra mãe de aluno citou os casos das tragédias (Brumadinho e Ninho do Urubu do Flamengo), que segundo ela, só foram tomadas providências quando os fatos aconteceram. “De repente os engenheiros podem vir aqui e dizer que não tem nada, nossos filhos podem retornar e acontecer uma tragédia. Aulas se repõem, mas vidas não se repõem. Hoje a gente pode até crucificar a obra, mas desde 2011 ela apresenta rachaduras”, questionou.

 

A cidadã Izabel Souza lembrou que o problema já era antigo, mas somente através de grupos de alunos no WhatsApp estavam convocando os pais para se concentrarem em frente da escola.

 

“Até então ninguém sabia que isso estava acontecendo. Jamais um prédio vai rachar se sua estrutura estiver firme. A barragem de Brumadinho e Ninho do Urubu tinham laudo técnico e as tragédias aconteceram. Não vamos deixar acontecer isso com os nossos filhos”, declarou.

 

Foram dezenas de questionamentos e cobranças feitos pelos pais de estudantes. Ficou decidido que um grupo de pais, de alunos, professores e gestão da escola irão acompanhar a inspeção técnica que será feita pelos engenheiros, técnicos e advogados da Seduc que desembarcarão às 14h desta sexta-feira (22) em Parintins.

 
 
Fernando Cardoso | Repórter Parintins
 
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