Estudo mostra crescimento de internações por diarreia

Notícia do dia 07/03/2013

Um estudo do instituto Trata Brasil aponta que a precariedade do sistema de tratamento de esgoto afeta diretamente a saúde da população ? sobretudo das crianças. Manaus ficou com o terceiro lugar entre as capitais da Região Norte com o maior número de internações por diarreia, com uma taxa de 128,9 pessoas afetadas pela doença para cada 100 mil habitantes.

Ao analisar os índices de atendimento de coleta de esgoto em 2010, com base nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o estudo apontou que em 60 das 100 cidades avaliadas os baixos índices de coleta de esgoto resultaram em altas taxas de internação por diarreia.

Na região, a capital amazonense perdeu apenas para Belém (PA) e Boa Vista (RR) com taxas de 354,8 e 151,3 pessoas infectadas por 100 mil habitantes, respectivamente. Após as três capitais, aparece Porto Velho (RO) em quarta posição, Macapá (AP) e Rio Branco (AC), na quinta e sexta colocação do ranking da Região Norte. Palmas (TO) não foi avaliada.

Édison Carlos, presidente executivo do Trata Brasil, comentou sobre o estudo. ?Embora seja certo que há vários fatores que influenciam na ocorrência das diarreias, tais como a disponibilidade de água potável, intoxicação alimentar, higiene inadequada, limpeza das caixas d?água e outros, os resultados do estudo mostram que há uma forte relação entre a abrangência do serviço de esgotamento sanitário e o número de internações por diarreia?, comentou.

Com a má avaliação, Manaus ficou à frente de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro no número de casos registrados da doença. As duas capitais tiveram taxas de 32,1 e 11,5 respectivamente. Os dados divulgados pelo estudo são referentes a 2011 e apontam que 96% da população da capital é abastecida com água potável.

Custo

O estudo apontou também o grande gasto causado por internações hospitalares causadas por diarreia por 100 mil habitantes. Em Manaus, são gastos R$ 51,6 mil com esses atendimentos, o que poderia ser evitado apenas com prevenção.

?Infelizmente, o atendimento em saneamento básico ainda divide o Brasil. Cidades bem atendidas em água e esgotos economizam recursos com saúde e seus cidadãos são mais saudáveis, sobretudo as crianças. Enquanto isso, outras cidades gastam muito em internações e condenam seus cidadãos a conviver com mais doenças da água poluída?, criticou Carlos.

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