Medicamento brasileiro acelera recuperação de pacientes com câncer e Covid-19

Medicamento desenvolvido por cientistas da Unicamp reduziu o período de internação de cinco idosos com tumores na bexiga que foram infectados pelo novo coronavírus

Medicamento brasileiro acelera recuperação de pacientes com câncer e Covid-19 Foto: Divulgação Notícia do dia 15/06/2020

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolvem um medicamento que estimula o sistema imune a combater o câncer, ainda em fase de testes clínicos, pode se tornar uma arma importante contra o novo coronavírus. As informações são da revista Galileu, da Globo.

 

A revista cita que o medicamento está em fase, e que cinco pacientes que desenvolveram a forma grave da Covid-19 enquanto lutavam contra tumores na bexiga, a associação do imunoterápico com antibióticos e corticoides amenizou a resposta inflamatória desregulada no pulmão e reduziu o tempo médio de internação de 18 para 10 dias, sem a necessidade de intubação.

 

Os pesquisadores da Unicamp dão um exemplo de um paciente de 78 anos, que contraiu a infecção durante um cruzeiro pela costa brasileira e foi tratado no Hospital Municipal de Paulínia, cidade próxima a Campinas. Os detalhes foram descritos em artigo publicado no repositório Social Science Research Network, ainda sem revisão por pares. A pesquisa é apoiada pela Fapesp.

 

O professor do Instituto de Biologia da Unicamp e coordenador do estudo, Wagner José Fávaro, conta que o paciente chegou ao hospital com 50% do pulmão comprometido, febre de 38,3o C, dor de cabeça, falta de apetite, dificuldade para respirar e nível de oxigenação no sangue abaixo do normal [87%, quando deveria estar acima de 94%].

 

O pesquisador afirma que, a despeito da recomendação médica, o paciente resistiu à ideia de “ir para o tubo”. Tabagista de longa data e portador de várias doenças crônicas temia não sair vivo da ventilação mecânica.

 

“Após conversar com a família, decidimos fazer apenas a suplementação de oxigênio por cateter intranasal e administrar o imunoterápico associado aos antibióticos e corticoides do protocolo padrão do hospital. Após 72h de internação, os marcadores inflamatórios no sangue tinham diminuído significativamente, a saturação de oxigênio estava em 95%, a coriza havia diminuído e a febre, sumido. No sétimo dia, já sem o cateter intranasal, o nível de oxigênio no sangue atingiu 98%. No décimo dia ele teve alta.”

 

A matéria é assinada pela jornalista Karina Toledo.

 

Leia matéria completa na Agência Fapesp e Revista Galileu 

 

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